O meu quarto no East Asia Hall - 我的寝室在东亚楼


Mudei-me hoje para o quarto n.º 616 que irei dividir com um estudante brasileiro que veio através de um programa de intercâmbio universitário.
Os quartos são pequenos mas bem concebidos. Cada quarto tem duas camas, duas secretárias, dois armários, duas estantes, dois armários mais pequenos, um espelho de corpo inteiro, telefone, frigorífico e acesso à internet para dois.
Creio que estão aqui reunidas as condições necessárias para estudar e viver de uma forma equilibrada. Fora do quarto mas sempre na nossa "área" existe uma casa de banho. Cada "área" integra dois quartos (cada um para dois estudantes) e uma casa de banho. Ou seja, há uma casa de banho (com chuveiro espaçoso, duas bacias e um WC) para 2 quartos, ou seja, para 4 estudantes.
Os meus vizinhos são chineses.

Tenho uma fabulosa vista para a baía e para Macau.
Encontro-me geograficamente entre as pontes Governador Nobre de Carvalho e de Amizade, iluminadas de branco (Foto 1: torre de Macau, ponte Governador Nobre de Carvalho, o Casino Lisboa e a torre do Grand Lisboa ainda em construção). Vejo também o multicolor mas quase insignificante Hotel Lisboa mesmo ao lado do majestoso Wynn.
Esta fantástica vista tapada por uma fileira de 6 prédios... (Foto 2: entre dois prédios, vê-se ao longe, em Macau, o Casino Lisboa e a torre do Grand Lisboa ainda em construção).
A propósito do Hotel Lisboa: visto que os novos casinos são gigantes comparando com este hotel, o Lisboa vai ter um irmão siamês, de seu nome Grand Lisboa. Ou seja, os dois irmão vão estar ligados um ao outro: o pequeno e velho com o mais novo mas maior... Desta feita, os da família Lisboa já não serão pequenos.

No meu andar (o 6º) deve haver umas 8, 9 "áreas" iguais à minha. Cada andar integra ainda uma sala de convívio com TV, uma cozinha equipada com frigorífico, micro-ondas e lava-loiças, uma sala do lixo, casa de banho e chuveiros (para quando a "nossa" casa de banho estiver ocupada). O edifício tem salas de estudo, sala com máquinas de lavar e secar roupa (uma lavagem custa 80 cêntimos e a secagem, 30); uma pequena loja de comes e bebes, caixas de correio para cada quarto e várias esplanadas espalhadas um pouco por todos os andares (21 andares ao todo).
O acesso aos quartos é feito através de cartão e não com chave e a utilização do elevador também.

Enfim, em termos de alojamento posso dizer que estou bem. O meu único receio era o meu colega de quarto, que afinal revelou ser muito tranquilo e ciente da "existência" do outro... percebem? Ele fica cá até Junho.
Quanto à alimentação, tenho várias possibilidades. O mais barato é ir à cantina chinesa da universidade (é aliás a única cantina). Obtem-se uma refeição completa por 1,5 a 2 Euros. Curiosamente, sou o único europeu que lá come.
Depois há o café da livraria da universidade, mas já é mais caro. Costumo ir também ao supermercado comprar comida já feita. Numa caixa com bastante arroz, colocam 3 diferentes tipos de comida que se pode escolher entre carnes, peixes, vegetais, etc. Tudo chinês claro. deves haver ao todo 20 diferentes pratos à escolha. O único senão é que todos os dias é praticamente a mesma coisa.
A caixa custa 1,5 Euros mas se pedirmos a caixa com massa em vez de arroz, pagamos 1,8 Euros.

Hoje fui jantar com 3 amigas minhas macaenses: as irmãs Tcheong e a I. Chan.
Fomos a um restaurante de comida shanghainense na R. Dr. Soares, mesmo ali ao lado do edifício do Instituto para os Assuntos Civicos e Municipais de Macau (IACM).
Esse é um dos muitos restaurantes chineses que não têm guardanapos. É necessário trazer de casa. O chá, no entanto, é de graça.

Apanhar o autocarro na Taipa para ir para Macau, ou vice-versa, pode relevar-se bastante frustrante em determinadas horas do dia.
Os autocarros, já de si pequenos, não dão conta de todos os utentes que aumentaram nestes últimos anos. Andam tão apinhados de gente que nem efectuam as paragens por não caber mais ninguém. Quando param para deixar pessoal sair, geralmente não deixam entrar mais ninguém (a não ser que o autocarro se esvazie quase totalmente)...
Hoje à noite, esperei por 3 autocarros para poder ir a Macau.
Ah, para quem não sabe, a viagem de Macau-Taipa-Macau custa 3,30 MOP (cerca de 30 e tal cêntimos) que é preciso pagar na quantia exacta, pois não se dá troco nos autocarros. Ou pagamos a quantia certa ou perdemos dinheiro.

1 comment:

Maria José Tavares said...

Gosto das descrições, fazem-me recuar no tempo e lembrar os meus tempos de Erasmos. Invejo-te! Deve ser giro viver num sitio chamado MOP. "Olhe onde é que vive?" perguntou-lhe a rapariga. "Vivo em MOP" respondeu o rapaz num tom hesitante porém alegre...