Depois do almoço na casa de chá Long Wa, fui em direcção ao Patane.
Passei pelo templo de Lin Kai na travessa da Corda; fui a uma feira (tipo feira da ladra em Lisboa), um pouco mais adiante, no beco do Cavalo. Virei à esquerda na rua de Entrecampos e subi até à rua do Patane (uma rua bem interessante, diga-se de passagem, onde outrora passava uma ribeira). Virei para a esquerda, rua dos Curtidores e encurtei caminho que me levou directo para a rua de Coelho do Amaral. Depois vira-se mais uma vez à direita e encontramo-nos na rua de Tomás Vieira. Subi as escadas do Espinho, à minha direita que dão para o beco do mesmo nome.
Passei pelo troço das antigas muralhas e pelo templo de Na Zha, ao lado das ruinas de S. Paulo e depois fui tomar um chá em casa de um amigo que mora mesmo alí, na calçada de S. Francisco Xavier. Veio mesmo a calhar pois começou a chover com maior intensidade.
Depois do chá, dos bolinhos e de "dois dedos de conversa", fui-me embora. Desci a calçada até à calçada do Amparo. Atravessei a rua de Nossa Senhora do Amparo e encontrei-me na rua dos Ervanários, onde assisti a um jogo de mahjong disputado entre 4 idosos...
Depois fui em direcção à rua da Palha que me levou directamente para a travessa da Sé.
Aí está localizada a famosa casa do não menos famoso Lou Kau, um próspero comerciante de Macau. O seu filho mais velho, Lou Lim Ieok, também residiu aí.
O edifício, de dois andares, é uma moradia que apresenta características arquitectónicas do estilo tradicional chinês de Guangdong e data do ano de 1889.
É todo ele construído de tijolos cinzentos e a sua fachada apresenta uma entrada recuada, que cria um beiral suspenso para protecção do mau tempo e para abrigar as decorações dos frisos em relevo que encimam a entrada principal.
A casa extende-se por três "edifícios" interligados por dois pátios interiores, sendo que o último dos edifícios era reservado aos membros mais velhos da família. Aspecto que revela a estrutura hierárquica tradicional das famílias chinesas. Tem ainda tectos falsos, janelas de vitrais e gradeamentos em metal. O segundo andar é, em termos espaciais, quase idêntico ao andar térreo, mas todo ele feito de madeira.
Diz no folheto em português, disponível à entrada da casa, que a casa de Lou Kau é "das poucas casas de estilo chinês ainda existentes em Macau".
Eu conheço pelo menos mais três outras casas tipicamente chinesas na sua estrutura tal como esta, praticamente iguais (pelo menos no exterior), mas duas delas estão, infelizmente abandonadas: uma no pátio das Flores e outra no pátio do Amparo. Esta última é talvez maior que a casa de Lou Kau. Tem igualmente dois andares e pelas brechas das portas fechadas, podemos deslumbrar o seu interior. Parte do andar de cima caiu mas ainda se consegue ver os bonitos trabalhos em madeira que decoravam o tecto. É realmente uma pena...
A terceira casa, está localizada na travessa dos Anjos e só se manteve a fachada que serve de entrada para um prédio.
Enfim, a casa de Lou Kau é um lindíssimo edifício que vale muito a pena de visitar.
Para mais informações, ver o site Macau Heritage:
http://www.macaoheritage.net/Info/mwhP.asp?id=261
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