É incrível o fascínio que o "alí atrás" exerce e sempre exerceu em mim.
Digamos que é um pouco à semelhança do que acontece com os insectos atraidos pela luz...
Tentei informar-me, logo após a minha primeira vinda a Macau, sobre aquele espaço e sobre a sua história. Fiquei imediatamente seduzido. Fiquei a saber que a fábrica era uma das fábricas de panchões que caracterizaram outrora a actividade económica do Território. Que o espaço era bastante amplo, abandonado, repleto de árvores Banyan, com um canal, um lago e uma série de pavilhões, uns pequenos, outros maiores, bem como um pequeno templo. Um templo!!!
Soubera também desde cedo, que alguns projectos estavam a ser analisados para a reconversão daquele espaço. Uns a favor da preservação do sítio, outros desvalorizando totalmente a antiga fábrica.
Na semana passada estava a tentar pensar num modo de poder visitar o local.
Pensei em tudo: saltar o muro, falar com o "guardião" ou pedir autorização a alguém...
Mas, eis que aconteceu o inesperado... Neste domingo (4 de Março), voltei a passar pela referida rua quando, estupefacto, encontro as portas do "paraiso" abertas, expondo o seu tesouro a quem interessado nele estivesse!
Não quis acreditar... o portão estava aberto! O portão estava mesmo A... BE... RTO!!!
Entrei, timidamente confesso. Acenei com a cabeça ao velho guardião que estava ao fundo e este retribuiu o cumprimento.
Não me disse mais nada, e entrou numa pequena divisão anexa àquilo que fora outrora um escritório. Percebi que não havia nenhum problema lá estar!
Senti-me... nem sei bem o que dizer. Só repetia para mim mesmo que tinha muita sorte. Se calhar o espaço está aberto todos os domingos, mas para mim, aquele momento era único, meu e por isso, especial.
E enquanto registava o que podia com a minha máquima fotográfica, ia contemplando aquele espaço que se desvendava perante os meus olhos, de facto, abandonado, mas extremamente belo.
Encontrava-me, finalmente, "alí atrás" e fazia doravante, parte dele.
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