Se havia um local que eu queria muito visitar desde 2001, esse local era a fábrica de panchões Iec Long. A vontade nunca desvaneceu e desde que cá cheguei este ano, não há um dia em que não passo pela rua Fernão Mendes Pinto sem parar em frente ao portão, sempre fechado, da fábrica. Não resisto. Aproximo-me das grades e tento "descortinar" por entre a vegetação e os edifícios que circundam o primeiro recinto à entrada, o que se esconde "alí atrás".
É incrível o fascínio que o "alí atrás" exerce e sempre exerceu em mim.
Digamos que é um pouco à semelhança do que acontece com os insectos atraidos pela luz...
Tentei informar-me, logo após a minha primeira vinda a Macau, sobre aquele espaço e sobre a sua história. Fiquei imediatamente seduzido. Fiquei a saber que a fábrica era uma das fábricas de panchões que caracterizaram outrora a actividade económica do Território. Que o espaço era bastante amplo, abandonado, repleto de árvores Banyan, com um canal, um lago e uma série de pavilhões, uns pequenos, outros maiores, bem como um pequeno templo. Um templo!!!
Soubera também desde cedo, que alguns projectos estavam a ser analisados para a reconversão daquele espaço. Uns a favor da preservação do sítio, outros desvalorizando totalmente a antiga fábrica.
Na semana passada estava a tentar pensar num modo de poder visitar o local.
Pensei em tudo: saltar o muro, falar com o "guardião" ou pedir autorização a alguém...
Mas, eis que aconteceu o inesperado... Neste domingo (4 de Março), voltei a passar pela referida rua quando, estupefacto, encontro as portas do "paraiso" abertas, expondo o seu tesouro a quem interessado nele estivesse!
Não quis acreditar... o portão estava aberto! O portão estava mesmo A... BE... RTO!!!
Entrei, timidamente confesso. Acenei com a cabeça ao velho guardião que estava ao fundo e este retribuiu o cumprimento.
Não me disse mais nada, e entrou numa pequena divisão anexa àquilo que fora outrora um escritório. Percebi que não havia nenhum problema lá estar!
Senti-me... nem sei bem o que dizer. Só repetia para mim mesmo que tinha muita sorte. Se calhar o espaço está aberto todos os domingos, mas para mim, aquele momento era único, meu e por isso, especial.
E enquanto registava o que podia com a minha máquima fotográfica, ia contemplando aquele espaço que se desvendava perante os meus olhos, de facto, abandonado, mas extremamente belo.
Encontrava-me, finalmente, "alí atrás" e fazia doravante, parte dele.
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