Beijing (II) - 北京 (二)

Este 2º e último post fecha as "janelas" sobre a capital chinesa. Este, mais propriamente, e como já disse, é essencialmente um "breve" descritivo de alguns dos sítios que se podem visitar em Beijing.
Como poderão ver, não fui visitar nenhum dos 3 ou 4 troços da Grande Muralha, nem ao Parque Beihai, nem aos túmulos Ming, entre outros.
Fica aqui, no entanto, as minhas impressões sobre o que vi e uma sugestão onde podem provar o famoso "pato a Pequim".

A Cidade Proibida (故宫, gugong) data da dinastia Ming, e aí residiram cerca de 24 imperadores. Construída entre 1407 e 1420, o sítio é gigantesco. É praticamente uma cidade dentro de uma cidade.
A sua mais famosa entrada é a que se encontra a Sul, virada para a Praça de Tian’ anmen. A entrada, chamada Porta da Paz Celeste, tem o retrato de Mao Zedong na sua fachada. Foi deste edifício que o líder chinês proclamou a República Popular chinesa em 1949. Apesar de ser parte integrante da Cidade Proibida é necessário pagar para visitar o edifício (15 Yuans).

Para visitar todos os seus pavilhões, templos, lojas, acomodações, corredores e pracetas, necessitam de pelo menos um dia inteiro para o fazer. A cidade encerra as suas portas às 17h.
Actualmente, alguns dos seus edifício estão a sofrer obras de renovação, pelo que se encontram totalmente cobertos de lona verde, sendo o seu acesso interdito.

Aconselho-os a iniciar a visita por esta entrada. Assim, quando terminarem sairão pela entrada/saída oposta, a Norte. Daí, bastará atravessar a estrada para acederem ao Parque Jingshan que se encontra do outro lado.
O Parque Jingshan (景山), literalmente a “montanha próspera” foi outrora um parque imperial. É famoso por ter sido o local onde o último imperador da dinastia Ming se enforcou, pondo fim à sua vida, no ano de 1644.
Vale a pena visitar o parque e subir até ao pavilhão Wanchun, de onde poderão avistar a o resto do parque, a Cidade Proibida e grande parte da cidade de Beijing.
O parque integra um pequeno bar ao ar livre, logo à entrada, à direita.
Preço de entrada: 2 Yuan.


A Praça Tian’ anmen (天安门广场, Tian’ anmen Guangchang), que significa literalmente “Praça da Porta da Paz Celeste” encontra-se no coração da cidade de Beijing, a Sul da “Porta da paz Celeste” que é o nome da entrada que dá acesso à Cidade Proibida (na qual está afixado o quadro de Mao Zedong). A Praça é enorme, como aliás quase tudo em Beijing.
Não deixa de ser “comovente” encontrar-nos naquele que é considerado um dos mais emblemáticos símbolos da China…

A Praça, já de si impressionante, foi construida em 1417 sendo cercada de edifícios não menos imponentes que testemunham a história do país.
A Norte encontra-se a Cidade Proibida e a Sul duas colossais portas imperiais que davam acesso à cidade chinesa. Edifícios, portanto, da época imperial.
A Sud-Este e Sud-Oeste, vários edifícios que datam do período da “ocupação” europeia.
A Oeste encontra-se o Palácio da Assembleia do Povo e a Este, o Museu Histórico. Edifícios da época comunista.
No centro da praça encontra-se um obelisco, monumento erigido aos Heróis do Povo, símbolo da victória da povo comunista.
Um pouco mais a Sul está o mausoléu de Mao Zedong (毛主席纪念堂, Mao Zhuxi Jiniantang), onde está guardado o corpo do lider chinês.

O Palácio de Verão (颐和园, Yiheyuan) está localizado na Colina da Longevidade (万寿山) tendo no seu sopé o bonito Lago Kunming (昆明湖). Integram este palácio uma grande diversidade de edifícios imperiais, jardins, templos, etc.
É famoso por ter sido residência da não menos famosa e emblemática imperatriz Cixi, que muito contribuiu para a sua reconstrução.
Há muito para ver… o barco de mármore, a ponte de 17 arcos que liga o parque à ilha do Lago do Sul, também ela muito bonita, entre muito outros locais [Ver já a seguir a Rua Suzhou].
É preciso um dia inteiro para visitar todo o sítio.
Preço de entrada: 60 yuans.


A Rua Suzhou (苏州街), local integrado no parque do Palácio de Verão, é um lindíssimo espaço construído durante a dinastia Qing (1644-1911) nas margens de um lago. Era uma rua comercial onde se encontravam lojas das mais diversificadas. Com pontes de pedra e pequenas embarcações, é um lugar bastante aprazível, onde continua a sua vertente comercial.
Preço de entrada: 10 Yuan.



O Templo do Céu (天坛, Tian Tan) está localizado a Sudeste da cidade, onde outrora era a cidade chinesa, no distrito de Xuan Wu. Contém numerosos templos:
- A Sala das Orações para as Colhetas (祈年殿, Qi Nian Dian), a Norte do complexo;
- A Residência do Senhor do Céu (皇穹宇, Huang Qiong Yu);
- A Sala da Abstinência (斋宫, Zhai Gong), a Oeste;
- O Altar do Céu (圜丘坛, Yuan Qiu Tan).

… e vários jardins (a destacar o jardim das rosas, cujo cheiro não deixa ninguém indiferente). O templo bem como os pavilhões estão geralmente apinhados de gente. No entanto, os seus jardins encontram-se, em comparação, vazios, pelo que vale a pena afastar-nos da confusão e passear por entre as plantas, as flores, relvado, pinheiros e cipestres.

Ao longo do corredor que ladea as salas dos dragões (creio que é esse o nome), encontram-se amadores de diversas artes, praticando canto, música, dança, ginástica, pintura, etc. Outros dedicam-se aos tradicionais jogos de mesa chineses; outros ainda aproveitam a sombra para lerem os jornais do dia. São geralmente pessoas de meia idade.
Infelizmente há também gente pobre que nos solicita as garrafas de plástico que levamos connosco, no intuito de poder ganhar alguns trocos, entregando-as nos pontos de reciclagem.
Tem quatro diferentes entradas localizadas a cada um dos pontos cardinais.
Menos de um dia deve chegar para visitar o sítio.
Preço da entrada (com acesso a diversos templos e salas): 35 Yuans.


O Templo de Yonghe, ou templo tibetano Lamaico (雍和宫, Yonghegong), literalmente o Palácio da Paz e da Harmonia. Integra uma série de templos e altares dedicados a vários Buddhas, ou melhor, várias formas de representação de Buddha. Há uma impressionante estátua com cerca de 3 metros de altura!
Preço de entrada: 25 Yuans.


Os Hutong (胡同), que muito dão a falar actualmente devido à sua destruição um pouco por toda a cidade, são dos locais mais interessantes a visitar. Os “hutong” são parte integrante da sociedade de beijing, fazendo parte da sua cultura e forma de vida.
São quarteirões tradicionais construídos perto de nascentes ou de poços, daí o nome que significa “poço de água”.
Estes quarterões são constituidos por vários “siheyuan” (四合院), habitações totalmente cercadas por muros, contendo um pátio interior, sem qualquer janela para o exterior.


Um facto interessante, é que as entradas, são concebidas de forma a que os transeuntes não consigam ver o seu interior.
Um “hutong” é assim, um alinhamento de “siheyuan”.

Apesar de estarem a destruir grande parte deles, os mais conhecidos estão a ser recuperados. Estes totalmente transformados em ruas de comercio, lazer e restauração.
(na foto ao lado, entrada de um "siyehuan")



E para terminar um dia emocionante, nada melhor do que um revigorante e suculento jantar!
O famoso restaurante Quanjude (全聚德), “Quanjude Roast Duck Restaurant”. Considerado o mais antigo, é igualmente o melhor restaurante de Beijing onde se pode saborear um “pato a Pequim”.
O primeiro restaurante Quanjude abriu no ano de 1864, durante a dinastia Qing.
Tive finalmente o privilégio de provar o verdadeiro “pato a Pequim” naquele que é considerado o melhor restaurante da especialidade.
Não vou descrever aqui o prato em questão por ser simplesmente impossível!

No comments: