Dias de chuva - 下雨天


Desde 6ª feira à noite que a chuva não tem parado em Macau.
Pessoalmente, isso não me incomoda, e felizmente o “mau tempo” nunca teve nenhum efeito no meu estado de espírito.
Ou melhor, nunca o afectou de forma negativa.




Gosto da chuva. E gosto de Macau debaixo de chuva.

No domingo à tarde, aproveitei um intervalo entre uma chuvada e outra, para sair um pouco à rua e dar uma volta.
Depois de uma boa chuva, parece-me que o Território adquire um ambiente mais puro e limpo. O céu surge-nos “aberto”, respira-se melhor e o ar é bem fresco.


A montanha da Taipa Grande estava lindíssima.
Emanava da sua verdejante vegetação, pequenos focos de fumo (vapor).
Creio que o fenómeno se dava devido à evaporação da água, criando dessa forma a ilusão de que a montanha era mais alta do que na realidade é, pois dava a impressão que o vapor libertado eram nuvens e que por isso, a montanha tocava o céu...
O cheiro à “verde” molhado era também intenso e muito agradável.


Decidi descer para a Estrada Nordeste da Taipa e andar junto ao mar.
Pequenas ondas batiam constantemente nas rochas, trazendo com elas uma fresca brisa e o cheiro a mar.
Pequenos barcos de pesca estavam ancorados um pouco por todo o lado entre as pontes da Amizade e a Nobre de Carvalho. De quando em quando, ouvia-se o motor de um deles a arrancar, para minutos depois, parar e deitar âncora de novo.


Gosto de olhar para aquelas embarcações. E à noite são lindíssimas. Só se percebem vultos escuros no meio da água, tendo como pano de fundo, os neons dos casinos e hoteis.
Alguns destes barcos acedem uma pequena luz de presença, criando assim um pequeno ponto luminoso intermitente, que traz um ar de mistério ao tal vulto.
Como será a vida, naquele momento, à volta daquele pequeno foco de luz? Quais serão as conversas, os sentimentos?

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