Strolling in Macau - Visitor's Guide to Macau, Taipa, and Coloane

Hoje (30 de Junho) ao fim do dia (18 horas), apresentação do livro "Strolling in Macau - Visitor's Guide to Macau, Taipa, and Coloane" de Steven K. Bailey.

O guia explora, a pé, a malha de ruas de Macau bem como tenta entender os contrastes que tornam este Território tão fascinante.

A apresentação está à cargo do meu amigo, o historiador Jorge Cavalheiro (quem melhor do que ele?), que também dará a sua opinião sobre Macau e suas ilhas.

No fim da apresentação haverá espaço para perguntas e respostas.

Mais uma iniciativa da Livraria Bloom.

Para mais informações sobre o evento:
http://bloomland.blogspot.com/

Para mais informações sobre o livro:
http://www.amazon.com/Strolling-Macau-Visitors-Guide-Coloane/dp/0971594090

Pátio do Amparo - 显荣围


Situado junto à Calçada do Amparo, encontra-se o Pátio do Amparo. A entrada faz-se por dois lados e não tem saída. Cada uma das entradas dá para um corredor ladeado por casas típicas chinesas, umas mais modestas, outras mais ricas. Uma das entradas faz-se por um altar de rua, localizado à nossa direita.
Um dos corredores integra uma lindíssima residência chinesa, semelhante à casa de Lou Kau na Travessa da Sé.
O pátio é caracterizado pelos dois elementos indicados e um poço (que deixou de funcionar).

A casa de características arquitectónicas tipicamente chinesa (de estilo Xiguan), abandonada, está a cada dia que passa correndo o risco de cair. É de lastimar... Em cerca de dois meses, a fachada inclinou-se significativamente ao ponto de ter sido necessário colocar canas de bambu entre a fachada e o edifício em frente de forma a evitar a eminente queda da residência.

A residência, que certamente pertenceu a um comerciante bem sucedido ou a um importante oficial, tem dois andares e é construída em tijolo cinzento.
Tem duas entradas recuadas, criando um beiral suspenso que tinha como finalidade proteger do mau tempo e abrigar as decorações dos frisos que encimam ambas as entradas. Características, aliás das habitações típicas da região de Lingnan.
Integram a fachada altos relevos e quatro janelas, sendo ainda possível ver que pelo menos 3 delas eram de concha de ostra.

A casa está fechada, mas é possível ver o seu lastimável interior que respeita uma disposição simétrica. Parece-me que teria dois pátios interiores, alinhados com o eixo central do edifício, separando várias salas principais. Um arranjo espacial que reflecte a estrutura hierárquica tradicional das famílias chinesas.

Consegue-se deslumbrar o 2º andar totalmente construido em madeira, com bellíssimos motivos talhados, mas a desmoronar-se completamente.

Mais um edifício que não integra a lista dos monumentos de interesse e que por isso não mereçe a atenção que devia ter.
Não entendo essa política, ainda mais quando há já poucas residências do género em Macau.
E esta, em comparação com a de Lou Kau, é bem maior.

Um edifício no Pátio do Amparo que precisa de ser... amparado.

Jogo e prostituição - 娱乐场和卖淫


Na foto ao lado: placa colocada à entrada de uma casa de banho num jardim, perto da Vila Cultural de Á-Má (vejam a alinha 7)... Já agora, a última alinha não deixa também de ser... intrigante.

Finalmente! Após 4 meses desde que foi anunciado, cá está ele: o post relativo ao tema referido no título.

Com alguma frequência se vê na televisão de Hong Kong, e com alguma frequência, spots nos quais se pede às pessoas para não desperdiçarem todo o seu dinheiro no jogo: "Don't gamble in excess" ou "Don't gamble your life away", são os slogans.

No dia 1 de Março passei pelo Grand Lisboa com uma amiga chinesa que me aponta para um pequeno papel A5 impresso em chinês, colado numa das entradas do casino. "Sabes o que diz ali?", perguntou-me. "Seja moderado, aposte pequenas quantias de dinheiro"...
Deu-me vontade de rir! Francamente, há um enorme "painel chamariz" junto ao casino, dandos as boas vindas e informando que esta semana o casino deu um prémio desse ou daquele valor; que já arrecadaram este ou aquele prémio não sei quantas pessoas... enfim, que o casino é um benevolente, que "oferece" rios de dinheiro, que é portanto, generoso, que tem boas energias, ou seja, que o dinheiro também sai dali... um verdadeiro convite ao jogo.

No entanto, não deixo de considerar esta questão interessante. É verdade. Tal como os fabricantes de bebidas alcoólica ou as tabaqueiras, os casinos realizam lucros inimagináveis à custa de produtos/serviços que eles próprios advertem poderem causar danos consideráveis (pessoais, financeiros e de saúde) a uma pessoa! É caricato.

Que Macau tornou-se na capital mundial do jogo, isso toda a gente sabe.
Que os chineses adoram jogar, isso também toda a gente sabe.
Mas por que razão? Será que todos nós temos verdadeiramente consciência do quanto o jogo é importante para os chineses? Tratar-se-á de um vício?

Segundo um estudo referido num artigo da revista de Macau, "Inside Asian Gaming" de Fevereiro, existiriam 3 factores para explicar o fenómeno.
Primeiro, de um ponto de vista económico, a justificação seria a de que a China, ao longo da sua história, gerou cada vez mais pobreza nos meios rurais, privilegiando as grandes cidades, pelo que os que jogam (a maior parte dos jogadores são oriundos do meio rural) aspiram obviamente a uma vida melhor.
A 2ª razão reside no facto de os chineses não terem outra forma de distracção ao longo do ano, senão jogar...
Finalmente a última razão, que também me parece ser mais credível das apresentadas, remete para o campo da cultura e tradição chinesas. Justifica que os chineses têm uma enraizada crença na sorte e na procura da felicidade, e por consequente, no jogo. Facto que se verifica no dia-a-dia dos chineses, e que vai desde a alimentação, ao vestuário, as decorações, enfim, à todos os aspectos que integram o quotidiano dos chineses. Daí jogar para adquirir a riqueza; riqueza que irá trazer a felicidade.
De qualquer forma, uma coisa é certa: os chineses encaram o jogo como um negócio e não como uma diversão.

Prevê-se que este ano, o sector do jogo em Macau deverá gerar receitas brutas de valor aproximado entre os 65.000 e os 70.000 milhões de patacas. Sendo que a administração de Macau cobra 35% de impostos directos sobre estas receitas, mais cerca de 4% de impostos indirectos e ainda uma série de taxas por licença, mesas e slot machines de cada um dos 25 casinos... podemos dizer que a árvore das patacas existe mesmo. Mas atenção, ela não cresce em qualquer jardim. Só nalguns. Só para alguns.

Os casinos atraiem, obviamente, jogadores à procura de um filão: o grande prémio.
Mas também atrai outro género de pessoas, também elas à procura do seu filão: os estrangeiros.

Deixem-me explicar. Aqui sou um "cara pálida", facto que só por si, me destaca do resto da massa de rostos que aqui se aglomeram. Juntamente com a "cara pálida" há um tendência para pensar-se que se é rico ou, pelo menos, que se tem mais dinheiro do que os outros.
O destaque e o facto de o associar ao dinheiro, faz com que com muita frequência, eu seja abordado por jovens profissionais do sexo (e menos jovens), à procura do seu filão. "Massage? Massage?" perguntem elas.
Que o façam dentro dos casinos e nos arredores, eu entendo. Que o façam em locais propícios para tal actividade, também entendo. Afinal podemos ser jogadores/turistas europeus com dinheiro e interessados nelas. Mas que o façam no centro da cidade, aí já me custa perceber.
Atenção, nada tenho contra as que exercem tal actividade, desde que o façam de livre vontade (se é que assim o podemos dizer), ou seja, que não sejam forçadas por terceiros, a fazê-lo.

Não é segredo nenhum que Macau está cheia destas profissionais. Há de tudo um pouco: tailandesas, russas, chinesas, sul americanas, filipinas, japonesas e, mais recentemente, mongóis. Como há também várias locais onde as podemos encontrar: em pensões, na rua (apesar de não ser permitido), nos casinos, em casas de "massagens", nas saunas, nos bares, ou ainda, como se vê na Taipa, por "encomenda".

Segundo um estudo revelado no jornal Ponto Final (10 de Dezembro de 2006), mais de 80% das profissionais de etnia chinesa dedica-se à actividade por iniciativa própria, sem intermediários sendo a maioria oriunda de províncias pobres da China, tal como o Hubei, Hunan e Sichuan. Uma em cada 10 é de Macau.
As outras, as não chinesas, chegam geralmente ao Território através de terceiros.
Em Macau, se não estou em erro, a prostituição é ilegal, mas não é considerado um crime. No entanto, o lenocínio sim.

Um país que muito me impressionou pela positiva na questão da prostituição (bem como noutras situações), foi a Holanda.
Estas realidades e tantas outras, são enfrentadas e resolvidas de uma forma, que considero ser inteligente e funcional.
Dão-se as condições necessárias para quem queira dedicar-se a esta "profissão" (local próprio e acompanhamento médico) bem como protecção pessoal, não dando espaço a terceiros de explorar esras mulheres. E os que estiverem interessados nos seus serviços, também estão eles de certa forma "seguros".
Por fim, os outros, os que não estão para aí virados, não são constantemente abordados na rua e noutros locais por estas mulheres... Prático!

A Febre Dengue - 登革热

Registou-se, há uma semana, o primeiro caso de febre dengue deste ano, em Macau.

Mais uma vez alerta-se para o facto de Macau viver um período de alto risco para o surto de dengue, devendo os residentes retirar a água estagnada no interior e exterior das casas, bem como tomar as medidas adequadas para prevenir a proliferação do mosquito.
Lá para o fim deste mês, os Serviços de Saúde vão realizar uma pesquisa sobre a proliferação de mosquitos nos domicílios.

Gostava também que as entidades competentes dessem uma voltinha pela obras, os ferro-velhos e os muitos terrenos abandonados da Taipa e Coloane. Pois se todos nós residentes (e “não residentes”) devemos redobrar esforços e ser responsáveis, o Governo também.

Na foto ao lado, o “Aedes Albopictus” (se não estou enganado), o mosquito que transmite a Febre Dengue, e que, ao que parece, se encontra com alguma frequência em Macau, conhecido pelo Tigre Asiático. Este, "apanhado" no meu quarto, já não ameaça ninguém, pois levou com uma sandália encima!
Para além do incómodo e doenças que esta espécie transmite, devo confessar que este mosquito é muito mais bonito do que os que se encontram na Europa...

Vendedor de castanhas - 栗子销售员

Quando cheguei a Macau era Inverno. Fazia frio, dormia-se com cobertores e comíamos sopas quentes.

Vi também algo que me surpreendeu, pois não pensava encontrar tal coisa nestas terras: um vendedor de castanhas.
É verdade, mesmo no Largo do Senado encontrava-se uma tenda de venda de castanhas, a tenda Cheng Kei. Mas castanhas doces e não salgadas como em Portugal.

Actualmente é o Sr. Chow Chi Weng quem gere o negócio, mas herdou-o do seu pai, que o inicou há cerca de 60 anos.
Foi ele aliás quem "inventou" o característico assador de castanhas muito parecido a uma betoneira. Coincidência? Não.
Na época, as castanhas eram mexidas à mão, o que tornava a tarefa bastante penosa. No entanto, um dia ao passar por uma obra, algo chamou a atenção do Sr. Chow sénior: uma betoneira. Imediatamente, veio-lhe à cabeça uma fabulosa ideia: construir uma máquina capaz de mexer e assar castanhas simultaneamente, à semelhança de uma betoneira.

Após várias tentativas, lá conseguiu.
Passaram 30 anos desde a invenção, e actualmente, o filho continua a utilizar a mesma máquina do pai.

Se perderam a ocasião de o ver e provar das suas castanhas assadas, terão agora de esperar pelo próximo Inverno...

Tempestade - 暴风雨

Começou eram praticamente 1 da manhã de hoje e em menos de 3 minutos, tomou de assalto todo o Território.
Potentes rajadas de vento, nevoeiro, aguaceiros, trovoadas e relâmpagos, atacaram em força e incrivelmente bem organizados, tal um exército profissional, Macau e suas ilhas. Foi, no mínimo, impressionante.


Registo do "assalto" da mini tempestade à cidade de Macau e ponte da Amizade.


Os relâmpagos e as trovoadas arrebentaram até às 8 da manhã. Foram 7 horas ininterruptas de, por vezes, incríveis e até mesmo assustadoras trovoadas.


Nem quero imaginar como deve estar Macau...

Vida real (V) - 真实生活 (五)

Na 4ª feira à noite, assisti a uma cena que me deixou revoltado.
Revoltado pela situação em si e revoltado porque eu nada fiz para mudar alguma coisa.

Dirigia-me para a Av. de Horta e Costa, quando, perto do jardim Lou lim Ioc, nas traseiras de uma esquadra, apercebi-me, um pouco mais à minha frente, de uma cena de violência juvenil.

Eram 4 raparigas que deviam ter os seus 14, 15 anos, a maltratarem uma pequena colegial de uniforme branco, a quem talvez lhe tivessem tirado o dinheiro e/ou o telemóvel.
À medida que ia avançando, tentava ter a certeza daquilo que suspeitava, e de facto, quando me aproximei o suficiente, era já tarde. A pequena colegial passou por mim a chorar convulsivamente com uma das mãos a tapar uma das suas faces, acompanhada de uma amiga, enquanto que as 4 grandes, indiferentes à minha presença, seguiram na mesma direcção em que eu ia, todas satisfeitas.

Quando a pequena de seu uniforme branco passou por mim, eu percebi imediatamente o que ela sentia... estivemos em sintonia. Naquele momento em que nos cruzamos, percebi perfeitamente a agonia, o medo e a dor que ela sentia.
É que ela fazia parte dos mais fracos, tal como eu na minha infância.

Poderão achar que estas situações são "normais" na nossa adolescência (que, inclusivamente a caracterizam) e que contribuem para o desenvolvimento do nosso caráctere, mas se há situações que não suporto e com as quais fico deveras revoltado, estas são a disciminação racial ou actos de racismo e a injustiça perante um grupo considerado, seja por que razão, de fraco.

Sempre houve, é verdade, duas forças opostas: a dos mais fortes e a dos mais fracos.
Eu sempre pertenci ao grupo dos mais fracos, apesar de ter sempre sido um elemento forte nesse grupo, o que me valeu algum respeito.
Creio que facilmente poderia ter passado para o grupo dos mais fortes, mas nunca o quis, como aliás nunca quis pertencer ao dos mais fracos.

Hoje, quando vejo "os grandes", aqueles que tinham um prazer maligno a incomodar, troçar, envergonhar e magoar os mais fracos, sinto pena deles. Parece que a situação se alterou e enquanto os mais pequenos, na sua maioria, acabaram por se formar, os mais fortes desistiram e empregaram-se na restauração ou nas obras. Hoje, veêm-me, comprimentam-me e até me pagam um copo!

A violência entre estudantes em Macau, não é novidade. Mas isso não signifique que seja por isso "normal".
Quando me aproximava da av. de Horta e Costa, mesmo atrás do grupo das maiores, apercebi-me que os miúdos de uniforme, ao vê-las passar, se escondiam atrás dos carros, entravam em lojas, ou simplesmente fugiam na direcção oposta.

Não fiz nada para evitar a situação anterior e isso deixa-me mal.
A coisa aconteceu há 3 dias, e hoje ainda, revejo o rosto da pequena colegial a chorar convulsivamente, passando por mim...

Vistas (II) - 观光 (二)

Em termos de vistas, acontece aqui o mesmo que acontece com Almada e Lisboa: a vista que se tem de Lisboa, quando se está em Almada, é bem mais bonita do que aquela que se tem de Almada quando se está em Lisboa.

Pois bem, a vista que se tem de Macau é bem mais bonita, vista da Taipa, do que a da Taipa, quando se está em Macau. Pelo menos à noite.

Esta noite, quando saí para jantar, apercebi-me daquilo que se estava a passar em Macau... o cenário era incrivelmente belo.

Vida real (IV) - 真实生活 (四)

Sim, eu sei. Os erros de tradução e ortografia que se encontram nas placas informativas, nos letreiros das lojas, nos sinais de aviso, etc., etc., etc., acabaram por caracterizar este Território. No entanto, parece-me encontrar menos erros do que há 6 anos... será apenas impressão minha? A má tradução do chinês e a incorrecta ortografia levanta outra questão, não menos interessante. A atenção ou importância que a administração portuguesa deu (ou não deu) para que a língua portuguesa fosse devida e correctamente ensinada, utilizada e divulgada em Macau.


... desenvolver o "cerebelo"... (placa localizado num dos trilhos da Taipa Pequena)


... e praticar "ecerciclo" (placa localizado num dos trilhos da Taipa Pequena).


Ou seja, "não fumur"... mas o meu preferido é o "no naked light!" (placa localizado no terminal Marítimo).

Momentos (III) - 时刻 (三)









Sempre tentei alargar o meu campo de visão, olhar para além da altura da minha vista e da linha do horizonte.
Muitas vezes, ao andarmos na rua, não tomamos atenção à parte superior dos edifícios, por exemplo, ou para o olhar de uma criança face a uma vitrine cheia de cores.

O chão pode também revelar-se muito interessante, e no de Macau podemos encontrar muita coisa.

As aldeias do Território de Macau: a povoação de Ka Ho - 九澳村


Mais uma aldeia da ilha de Coloane, a povoação de "Ka Ho" ("Jiu Ao" em mandarim, que significa Nove Baías).

É surpreendente. Parece estarmos numa aldeia transmontana: casas altas, de pedra e/ou tijolo, pintadas de branco ou verde... mas não, estamos em Macau!

Rebanhos de cabras atravessam-me o caminho, assustando por sua vez os patos e os gansos que andam por alí livremente.
Parece um pequeno paraíso perdido. Há um altar de rua, um pequeno templo e pelo menos um restaurante.

A maioria dos residentes é de etnia Hakka, 客家 ("Ke Jia" em mandarim, um sub-grupo da etnia Han que ocupa o Sul da China).

Há uma certa "desconfiança" quanto a estas pessoas. Quando fui visitar a aldeia, estava com amigos macaenses e fomos para lá de carro, pois a aldeia encontra-se afastada da vila de Coloane, longe, portanto, para quem pretende lá ir a pé.
Quando eu saía do carro para andar um pouco e tirar uma fotos, eles advertiam-me, "tem cuidado e não venhas para cá sozinho! Estas pessoas são diferentes!"...
Sem qualquer maldade, obviamente.

Na realidade, creio que não há nada a temer e se pretenderem lá ir, há um autocarro que passa por lá todas as horas (o n.º 15).
E sim, creio que vale a pena ver esta pequena aldeia esquecida (até mesmo pelo Governo) integrada neste território.

A leitaria I Son - 义顺奶品店

Quem conhece Macau, conhece certamente a leitaria I Son, no Largo do Senado.
É fácil encontra-la pois tem como símbolo uma pequena vaca, que encima um dos arcos das arcadas…

A leitaria é muito famosa pelas suas sobremesas confeccionadas à base de leite, mas também pelos pequenos almoços e pelas suas “costeletas de porco no pão”. Como ainda não provei o prato em questão, falarei apenas das sobremesas.
Há para todos os gostos. Mencionando apenas algumas, há diferentes “pudins” de leite quentes ou frios, com chocolate, ovos (uma delícia!), fruta ou sumo de gengibre. Há leite aquecido duas vezes, criando assim uma camada de nata que, para os amantes da nata do leite como eu, é simplesmente divinal.

A casa, com mais de 100 anos, é bem pequena, sendo frequente termos que esperar por uma mesa livre.

Há pouco mais de um mês, estive aí com um casal amigo macaense. Enquanto cada um de nós saboreava a sua sobremesa, disseram-me uma coisa muito interessante. No tempo dos pais deles, o proprietário guardava uma vaca no quintal que existia nas traseiras da leitaria. O homem ordenhava-a diariamente para fazer as suas sobremesas e já na altura a leitaria era bastante famosa. Isso reporta-nos para o início do século XX.
Como não sabia disso, fiquei surpreendido e creio que isso pode ser a razão do símbolo da leitaria.

Se nunca lá foram e tiverem tempo, dêem lá um salto. E se a casa estiver cheia, esperem um pouco, pois nunca será por muito tempo.

Esta é a minha primeira sugestão do mês.

As aldeias do Território de Macau: a povoação de Hac Sa - 黑沙村


Situada na ilha de Coloane, atrás do Parque de Merendas, encontra-se, praticamente desconhecida da população de Macau, a povoação de "Hac Sa" ("Hei Sha" em mandarim, que significa Areia Preta).



Casas baixas de tijolo e telhados de toldo caracterizam este povoado, onde residem cerca de 6 dezenas de pessoas.
Mais gente do que as povoações da ilha da Taipa.
A povoação é bastante grande, apesar de haver muitas habitações abandonadas e de muitos acessos terem sido cortados.
Há riachos que passam por ela e um altar de rua em cada extremidade da aldeia.

Mais uma aldeia do Território...

Macau Daily Times - 澳門每日時報






Saiu ontem nas bancas (1 de Junho), o 1º número do novo diário de Macau, o "Macau Daily Times", em língua inglesa.
Dirigido pelo jornalista português Rodolfo Ascenso, diz o editorial do jornal que pretende ser um diário de nível internacional que acompanhe o desenvolvimento económico do Território.

Pretende ser uma referência em Macau e apresentar uma abordagem mais aprofundada dos temas diários locais, sem sensacionalismos.

A equipa é composta por seis jornalistas chefiadas pelo austrialiano John Lawrence e um editor fotográfico, o António Falcão.